
Abri desesperadamente os olhos: não enxergava nada. De modo que formassem um "X" sob meu tórax, minhas mãos estavam atadas. Não havia muito espaço para as minhas pernas, e em poucos segundos aquilo já me incomodava. Comecei a gritar, e o som ecoado quase me deixou surdo. Atônito, me dei conta da inexistência de outra solução: precisava gritar. Mexi um pouco as mãos para me livrar das amarras que as atavam. Batia, enlouquecidamente, na madeira acima de mim. Gritei. Gritei e gritei mais. Até que cheguei a conclusão: não adiantava. Fechei os olhos e percebi: de tudo aquilo, era o cheio das flores ao meu redor o que mais me incomodava.
Elcimar Reis.
- 21:37
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